A DESINFORMAÇÃO NA PANDEMIA DO EBOLA: UMA ANÁLISE DA REDE SOCIAL TWITTER EM SERRA LEOA
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v11.e2.a2023.pp1853-1863Resumo
O artigo tem por objetivo analisar as notícias falsas que circularam durante a epidemia do Ebola, em Serra Leoa, considerado um dos países com maior incidência de casos e óbitos pela doença. A pesquisa pretende responder se os conteúdos que geraram desinformação, trouxeram impactos na saúde dos indivíduos, como as fake news virais, propagandas na Nigéria, em que mensagens de texto anunciavam a solução de sal de Ebola que sutilmente exigiam que os cidadãos se banhassem e bebessem água salgada para evitar contrair o vírus. Consequentemente, duas pessoas morreram e 20 foram hospitalizadas por consumo excessivo de água salgada (NABABÁ, 2016). O estudo lança um olhar para a rede social Twitter, de maio a agosto de 2014, buscando os principais influenciadores, sua rede de compartilhamento e a possível propagação de fake news de ordem viral, usando como metodologia a Análise de Redes Sociais (ARS). Identifica que a narrativa que mais circulou com conteúdo de desinformação se relaciona a um medicamento experimental, não reconhecido pela FDA (Food and Drug Administration) americana. Nesse sentido, a busca pela cura da doença foi o item que mais mobilizou os principais influenciadores da rede, durante os primeiros meses da doença.