ANSIEDADE NA PANDEMIA: UM ESTUDO SOBRE OS IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE DURANTE O CONTÁGIO DE COVID-19 NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v11.e2.a2023.pp2135-2143Resumo
A pandemia de COVID-19 representou não somente uma emergência sanitária, mas uma catástrofe de saúde mental. O objetivo do estudo foi investigar a ocorrência de sintomas de ansiedade em profissionais de saúde durante a pandemia de COVID-19, identificando e descrevendo os sintomas vivenciados nesse período. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, onde 102 participantes responderam um questionário on-line e os dados foram tabulados em planilha de Excel e analisados por meio do software STATA® 13 (Stata Corporation, College Station, TX, EUA). Como resultados, foi possível perceber que a prevalência de ansiedade na amostra do presente estudo foi de 74.5%, sem que houvesse diferenças estatisticamente significantes entre os gêneros. Em relação à idade não foi identificado uma faixa etária específica apresentando maior risco em desenvolver sintomas ansiosos. Os fatores significativamente associados à ansiedade por regressão univariada foram: depressão (OR=3.21, 95% CI=1-10.26), Insônia (OR=3.45, 95% CI-1.33 - 8.93), Incômodo com falta ou excesso de informações (OR=3.08 95% CI=1.23 - 7.73), Irritabilidade (OR= 4.45, 95% CI=1.4 - 14.17) e medo de retornar ao trabalho (OR=5, 95% CI=1.38 - 18.13). O único fator associado à ansiedade por regressão multivariada nesse estudo foi o medo de retornar ao trabalho (OR=3.84 95% CI=0.99 - 14.78). O entendimento sobre os fatores intimamente relacionados a ansiedade nos profissionais de saúde advindos da situação de pandemia é de extrema relevância para que sejam adotadas medidas de suporte emocional diminuindo o risco de adoecimento mental que cursará com o afastamento prolongado, incapacitação e sofrimento psíquico dos profissionais de saúde.