USO DE FERRO ENDOVENOSO COMO ALTERNATIVA À TRANSFUSÃO DE SANGUE NO TRATAMENTO DA ANEMIA DE PACIENTES COM CÂNCER

Resumo

A anemia ocorre frequentemente no processo de doenças como o câncer. Ela     contribui para a morbidade dos doentes, compromete a realização das atividades habituais, afeta a qualidade de vida e pode limitar as opções terapêuticas. É tratada geralmente com transfusões de sangue, agentes estimuladores da eritropoietina ou terapia de reposição de ferro. O objetivo da pesquisa foi descrever o resultado do uso do ferro endovenoso para o tratamento da anemia de pacientes com neoplasias de tumores sólidos atendidos em um serviço especializado em transfusão de sangue. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo e transversal realizado em uma unidade especializada no atendimento ambulatorial de pacientes com necessidades transfusionais. Os dados foram coletados em 66 prontuários de pacientes e analisados através da estatística descritiva. Os resultados mostraram que a faixa etária entre as idades de 46 a 69 anos foram as mais prevalentes para o desenvolvimento do câncer, quanto ao sexo à população feminina representou 65,2% da amostra estudada. O câncer de colo uterino (34,8%) e de estômago (31,8%) foram os que apresentaram maior frequência, seguidos pelos cânceres de reto (9,1%) e cólon (6,1%), o tipo de câncer mais comum para ambos os sexos foi o de estômago. O Instituto do Câncer do Ceará (ICC) foi o serviço de saúde que mais encaminhou pacientes para realizar transfusão de sangue. 54,6% dos pacientes foram encaminhados para receber dois concentrados de hemácias, 33,3% para receber 1 concentrado de hemácias e 12,1% não tinham quantidade especificada na solicitação médica. Os exames laboratoriais apontaram que os pacientes que receberam ferro endovenoso tinham Hb média inicial de 6,5 g/dl e Hb média final de 9,93 g/dl, um ganho médio de 3,4 g/dl. Os resultados encontrados nesta pesquisa demostraram que a administração de ferro endovenoso em pacientes com anemia relacionada ao câncer aumentou significativamente as concentrações de hemoglobina, o que resultou na melhora da qualidade de vida e menor necessidade de transfusão de sangue.