SINTOMAS DEPRESSIVOS NO AMBIENTE UNIVERSITÁRIO ANTES E DURANTE A PANDEMIA POR COVID-19: ACHADOS E IMPLICAÇÕES
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v12.e4.a2024.pp4723-4734Resumo
A depressão é considerada a principal causa de incapacidade e morte prematura no mundo. Nesse sentido, este estudo tem por objetivo avaliar a prevalência e os fatores associados aos sintomas depressivos entre estudantes e servidores de uma universidade pública federal antes e durante a pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo observacional, transversal, com dados coletados por um questionário autoaplicável e pelo instrumento de autorrelato inventário de depressão de Beck, com dados coletados em 2020. O teste de McNemar foi utilizado para comparação das prevalências antes e durante a pandemia. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para identificar os fatores associados aos sintomas depressivos. Adotou-se um nível de significância de 5% para as comparações. Foram incluídos 519 participantes, com idade mediana de 22 anos, dos quais 68,2% eram mulheres. A prevalência de sintomas depressivos aumentou no período pandêmico (45,9%), quando comparado ao período anterior à pandemia (37,4%) (p<0,05). Os fatores associados à presença de sintomas depressivos no período pandêmico foram as variáveis sexo feminino e fumo, enquanto praticar atividade física, ter sono satisfatório e ter maior idade foram associados à não ocorrência de sintomas depressivos. Conclui-se que há uma elevada prevalência de sintomas depressivos no ambiente universitário, o que foi agravado pela pandemia. Nesse sentido, é necessária a implementação de medidas de promoção e prevenção à saúde para a melhoria da qualidade de vida da comunidade universitária, especialmente com as consequências à saúde mental causadas e/ou agravadas pela pandemia da COVID-19.