AVALIAÇÃO DE DISPOSITIVOS MÉDICOS PROCESSADOS: MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR À ESTERILIDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.16891/2317-434X.v12.e1.a2024.pp3379-3388

Resumo

A introdução de novos materiais na fabricação de dispositivos médicos (DM) está quase sempre associada a maior gasto e à geração de resíduos, por isso a prática do reuso vem sendo difundida, entretanto, com regulamentações diversas. Após o processamento, os DM devem oferecer qualidade e segurança, por meio de processos validados e a análise de microscopia eletrônica de varredura (MEV) se alia na busca da manutenção da eficiência. O objetivo foi avaliar a esterilidade e estrutura superficial de DM após o processamento, a partir de um estudo experimental com amostras autoclavadas na central de material de esterilização própria de um serviço de saúde sentinela do Rio de Janeiro, coletadas com base no tipo de material, tamanho e criticidade no uso. O ensaio de esterilidade foi realizado em laboratório oficial, por inoculação direta, sob condições de qualidade. A análise por MEV avaliou as características estruturais das amostras após processamento e de um conector reto sem uso, para comparação com o mesmo produto processado. O teste de esterilidade apresentou 100% de satisfatoriedade, no entanto, na MEV, foi observada a existência de modificações na microestrutura da superfície de diversas amostras, contudo, sendo comprovada somente no teste comparativo. O estudo possibilita planejar estratégias para relacionar o número de ciclos de processamento com as alterações superficiais e a segurança do uso e desenvolver protocolos de processamento e vigilância sistemática da reutilização de materiais de uso único, não apenas por sua relevância econômica, mas sobretudo do ponto de vista ético, legal, biológico, funcional e assistencial.

Biografia do Autor

Anna Maria Barreto Silva Fust, Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz

Possui graduação em Química (Licenciatura) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialização em Vigilância Sanitária pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), mestrado profissional em Vigilância Sanitária pelo INCQS e atualmente doutoranda em Ciências no INCQS, (servidora pública da FIOCRUZ, lotada no INCQS. Chefe do Setor de Artigos de Saúde do Departamento de Química (DQ). Desenvolve atividades profissionais relacionadas à VIGILÂNCIA SANITÁRIA, nos campos laboratorial, fiscal e administrativo. Experiência em Química Analítica Geral e Instrumental, com domínio de cromatografia líquida de alta resolução (CLAE) em fase inversa, troca iônica e permeação em gel.

Maria da Conceição Samu Pezzi, Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz

Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2001), mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008) e doutorado em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011). Pós-doutora, linha de Pesquisa Gestão em Saúde e Exercício Profissional de Enfermagem pela EEAN/UFRJ, membro do GESPEn. É Tecnologista Senior do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, atuando diretamente como membro da equipe técnica do Centro de Material e Esterilização, membro consultor CCIH, fiscal técnico de contrato de terceirização para processamento e reesterilização de Produtos para Saúde, Docente do Programa de Pós Graduação e membro GEPENFE, todos do Instituto mencionado. 

Letícia Barros Leal, Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz

Médica Veterinária formada pela Universidade Castelo Branco, atualmente aluna do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde na área de Vigilância Sanitária com ênfase na qualidade de produtos, ambientes e serviços, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), Fiocruz, Rio de Janeiro, lotada no setor de Artigos de Saúde do Departamento de Química (DQ). Membro da Comissão de Residência Multiprofissional (Coremu) em Vigilância Sanitária do INCQS/Fiocruz. Revisora de artigos no periódico científico de Medicina Veterinária, Acta Veterinaria Brasilica.

Maria Helena Simões Villas Bôas, Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Ciências Biológicas (Microbiologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Ciências (Microbiologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tecnologista em Saúde Pública Sênior do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Microbiologia, na avaliação da qualidade de saneantes com ação antimicrobiana. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária do INCQS, coordenou Comissão de Residência Multiprofissional (Coremu) em Vigilância Sanitária do INCQS/Fiocruz. Desenvolvendo projetos na área de IRAS com ênfase em mecanismos de resistência e virulência de Acinetobacter baumannnii. É Editora Científica do periódico Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência e Tecnologia.

Michele Feitoza-Silva, Instituto Aggeu Magalhães da Fundação Oswaldo Cruz

Farmacêutica Industrial. Doutora em Vigilância Sanitária pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) – Fiocruz. Pesquisadora do Departamento de Saúde Coletiva (Nesc) do Instituto Aggeu Magalhães – Fiocruz Pernambuco. Docente do programa de Pós-graduação em Vigilância Sanitária – INCQS – Fiocruz e dos Programas de Mestrado Profissional e Acadêmico em Saúde Pública do Instituto Aggeu Magalhães – Fiocruz Pernambuco.

Downloads

Publicado

2024-03-03

Como Citar

Barreto Silva Fust, A. M., Samu Pezzi, M. da C., Barros Leal, L., Simões Villas Bôas, M. H., & Feitoza-Silva, M. (2024). AVALIAÇÃO DE DISPOSITIVOS MÉDICOS PROCESSADOS: MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR À ESTERILIDADE. Revista Interfaces: Saúde, Humanas E Tecnologia, 12(1), 3379–3388. https://doi.org/10.16891/2317-434X.v12.e1.a2024.pp3379-3388

Edição

Seção

Artigos