A INTEGRALIDADE NA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: PERCEPÇÕES DE GESTORES, TRABALHADORES E USUÁRIOS

PERCEPTIONS OF MANAGERS, WORKERS, AND USERS

Resumo

A integralidade pode ser compreendida a partir da organização dos serviços de saúde, das práticas profissionais ou das políticas e ações intersetoriais que considerem a complexidade dos indivíduos em seu contexto. No campo da saúde mental, associa-se ao compromisso com o cuidado em liberdade, em uma rede de cuidados de base comunitária. O estudo objetiva discutir a compreensão de gestores, profissionais e usuários da Rede de Atenção Psicossocial acerca da integralidade do cuidado. Trata-se de um estudo transversal qualitativo exploratório, realizado em três municípios da Região Sul do país, de distintos portes populacionais. Foram realizadas 15 entrevistas semiestruturadas com um gestor, dois profissionais e dois usuários de cada município, posteriormente submetidas à Análise de Conteúdo. O entendimento sobre a integralidade do cuidado é apresentado em duas categorias: Compreensão dos sujeitos e Articulação dos cuidados. Entre os facilitadores para efetivação da integralidade, sobressaiu-se fortalecimento da Atenção Básica, informatização, cuidado compartilhado, qualificação profissional, uso de Práticas Integrativas e Complementares, acolhimento e vínculo, e singularidade do cuidado. As barreiras identificadas foram carências estruturais, entraves nos processos de trabalho, preconceito com a saúde mental, vulnerabilidade social, dificuldade de acesso e insatisfação com atendimento. Incentivo à Educação Permanente em Saúde, aproximação dos pontos da rede, análise de dados de saúde mental, ampliação de investimentos financeiros e corresponsabilização dos usuários são estratégias apresentadas para superar as barreiras em prol da integralidade do cuidado na rede. Espera-se com as estratégias propostas fornecer pistas para a efetivação de um cuidado em saúde mental ainda mais integral e humanizado.