ESTUDO SOBRE OS PROCESSOS DE MEDICALIZAÇÃO E DESMEDICALIZAÇÃO NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e5.a2025.id2243Palavras-chave:
medicalização social, saúde mental, autonomiaResumo
A medicalização social trata-se de um processo em que os fenômenos, a autoridade ou a racionalidade produzidos pela Medicina passam a atuar e a regular aspectos da vida humana individuais e coletivos, favorecendo a construção de relações assimétricas no campo da saúde/saúde mental. O presente artigo de revisão busca realizar uma reflexão teórica acerca do processo de medicalização social, apresentando algumas propostas de desmedicalização em saúde mental introduzidas recentemente no Brasil, a partir da perspectiva do recovery. Para tanto, contribuições como a dos Grupos de Ouvidores de Vozes e do Diálogo Aberto se apresentam como estratégias desmedicalizantes que se inserem na proposta de cuidado centrada no protagonismo e interação entre os sujeitos como agentes de transformação de seus próprios processos e contextos. O artigo tem como objetivo refletir sobre práticas em saúde mental pautadas pelo saber da experiência e pela narrativa em primeira pessoa. Pôde-se concluir que intervenções grupais visando a desmedicalização, se apresentam como alternativas capazes de propor outras vias de cuidado, buscando resgatar o entendimento mútuo, a horizontalidade, a corresponsabilização, incentivando o autocuidado, a autonomia e o empoderamento do sujeito como protagonista de sua saúde.