O EFEITO DA QUALIDADE DE VIDA PARA A SAÚDE MENTAL DE GESTANTES EM SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e3.a2025.id2676Palavras-chave:
Segurança Alimentar; Ansiedade; Gravidez.Resumo
O sofrimento mental está associado ao acesso inadequado a alimentos, e essa relação pode ser afetada pela qualidade de vida. O objetivo do estudo foi analisar a influência da qualidade de vida na relação entre insegurança alimentar e ansiedade entre gestantes residentes no município de João Pessoa, Paraíba. Trata-se de um estudo transversal realizado com uma amostra de 271 gestantes recrutadas em Unidades de Saúde da Família durante consultas de pré-natal de rotina. Além das características sociodemográficas, foram avaliadas a insegurança alimentar familiar, por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, o risco de ansiedade, utilizando o Inventário de Ansiedade Traço-Estado, e a qualidade de vida, por meio do instrumento WHOQOL-breve da Organização Mundial da Saúde. As associações entre as variáveis do estudo foram testadas utilizando o teste qui-quadrado, regressão logística múltipla binária, análise multivariada de rede e análise de mediação. A insegurança alimentar afetou 45,4% das participantes do estudo, e 56,1% foram classificadas com risco de ansiedade. A insegurança alimentar aumentou em 2,2 vezes o risco de ansiedade (OR: 2,22; IC 95%: 1,29 – 3,81). A análise de rede mostrou a complexa relação entre as variáveis do estudo. O modelo múltiplo de mediação identificou que o domínio relações sociais da qualidade de vida apresentou um efeito de mediação de 25,2% (β= -0,77) na relação diretada insegurança alimentar com o risco de ansiedade. Os resultados evidenciaram que as redes de apoio social têm potencial para reduzir o impacto negativo da insegurança alimentar no risco de ansiedade de gestantes.