EPIDEMIOLOGIA DA CANDIDEMIA ASSOCIADA À COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e3.a2025.id2775Palavras-chave:
Candida, Fatores de risco, SARS-CoV-2Resumo
A pandemia de COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, tem sido associada ao aumento de infecções fúngicas secundárias, especialmente a candidemia, uma infecção grave causada por leveduras do gênero Candida. Essa coinfecção tem despertado crescente preocupação devido à sua elevada taxa de morbimortalidade, principalmente em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTIs). Este estudo teve como objetivo analisar criticamente a epidemiologia da candidemia associada à COVID-19 (CAC), considerando sua ocorrência, espécies isoladas, fatores de risco e taxas de mortalidade relatadas. Para isso, realizou-se uma revisão integrativa da literatura, com buscas nas bases LILACS, PubMed e SciELO, utilizando os descritores “Candidemia”, “COVID-19” e “Epidemiologia”. Foram selecionados 20 estudos publicados entre março de 2020 e março de 2023, de diferentes países e com distintas abordagens metodológicas. Os resultados evidenciaram variação expressiva na incidência de CAC (0,23% a 45%), com predomínio de Candida albicans na maioria dos estudos, mas com crescente participação de espécies não-albicans, como C. glabrata e C. parapsilosis. Os principais fatores de risco identificados incluíram diabetes mellitus, hipertensão arterial, ventilação mecânica, uso de cateteres venosos centrais, antibioticoterapia de amplo espectro e comorbidades crônicas. A taxa de mortalidade oscilou entre 0% e 100%, destacando limitações metodológicas, ausência de distinção entre colonização e infecção e início tardio do tratamento antifúngico. Conclui-se que a CAC constitui uma complicação grave e emergente no contexto da pandemia, exigindo vigilância ativa, estratégias preventivas e protocolos clínicos padronizados para diagnóstico e tratamento eficaz.