ENTRAVES E BARREIRAS PARA O EXERCÍCIO DA INTERPROFISSIONALIDADE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v12.e4.a2024.pp4653-4660Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Cuidado centrado no paciente, Educação Interprofissional.Resumo
A interprofissionalidade concerne ao trabalho conjunto pautado no compartilhamento de objetivos e saberes em prol da atenção integral e centrada no usuário. Apesar disso, a produção do cuidado embasada nessa perspectiva é atravessada por barreiras e entraves que dificultam a efetivação desta prática. Este artigo teve como objetivo conhecer as barreiras e entraves para o exercício da prática interprofissional sob a ótica de trabalhadores da Atenção Primária à Saúde (APS) de um município do interior baiano. Trata-se de um estudo qualitativo e exploratório cujo campo de estudo foram os equipamentos da APS. Os participantes do estudo foram trabalhadores da Equipe de Saúde da Família (ESF) e da Equipe Multiprofissional (e-Multi) que atuavam há no mínimo seis meses no serviço de saúde municipal. A definição da amostra foi por saturação, totalizando 18 entrevistados para a produção dos dados. Utilizou-se a entrevista semi estruturada para a coleta de informações e a interpretação dos dados baseou-se na análise temática de conteúdo por meio da qual foi construída uma categoria denominada “Entraves e Barreiras para a interprofissionalidade”, em que foram elencados os núcleos de sentido: “necessidade de qualificação”, “escassez de recursos” e “demandas de atendimento”. Tais dificuldades evidenciam a lacuna na formação profissional, a carência de insumos para a prestação qualificada dos serviços e o déficit na organização do processo de trabalho. Assim, apesar de ser uma ferramenta que reduz visões fragmentadas e individuais dentro da equipe e contribui para a efetivação da integralidade e da resolutividade do cuidado, a interprofissionalidade ainda se apresenta como um campo de discussões e obstáculos.