O AMARGO SABOR DO CORONA: COVID-19, UMA AMEAÇA A FORMA DE VIDA NEOLIBERAL?
DOI:
https://doi.org/10.16891/828Resumo
Desde o início da pandemia do “novo corona vírus”, vários pensadores, filósofos, sociólogos e cientistas em geral vêm debruçando-se sobre o tema de como será o amanhã e de como será a sociedade após a pandemia. O presente texto pretende apresentar a oposição teórica de dois dos maiores pensadores contemporâneos Slavoj Žižek e Byung-Chul Han, e apontar para uma terceira via possível: uma conjunção entre o “Comum” descrito por Pierre Dardot e Christian Laval e o perspectivismo ameríndio de Eduardo Viveiros de Castro. A oposição Žižek e Han reflete, em suas máximas, os extremos das utopias pós-pandêmicas. De um lado Žižek com uma espécie de otimismo realista, pois vê na pandemia uma possibilidade de reconstrução de uma sociedade mais solidária. De outro Han e seu pessimismo concretista, pois aponta que a subjetividade produto do mundo pandêmico será a de um neoliberalismo mais violento e individualista. Por fim, apresentamos outra possibilidade: o comum ameríndio, perspectivista e fundado em uma antropologia que busca a simetria entre as cosmologias, estudado por Eduardo Viveiros de Castro. Fazemos isso para demarcar que não somente a crítica europeia tem algo a nos dizer sobre a pandemia e seus possíveis futuros.
DOI: http://dx.doi.org/10.16891/2317-434X.v8.e3.a2020.pp614-620