REFLEXÕES SOBRE O MODELO BIOMÉDICO E SUAS IMPLICAÇÕES NO CAMPO DA SAÚDE COLETIVA
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e5.a2025.id1988Palavras-chave:
Biopolítica, Biopoder, Saúde ColetivaResumo
A biomedicina está historicamente vinculada ao paradigma cartesiano, que inaugura na secularização da sociedade uma percepção fragmentada, linear e racionalista da ciência. A adoção de tal lógica no cuidado médico projeta nos indivíduos um olhar dicotômico reducionista que procura apenas enxergar o corpo biológico, ocultando o sujeito e sua complexa identidade. O objetivo deste trabalho foi discorrer sobre as implicações do paradigma biomédico e suas normativas no campo da saúde coletiva. Foi realizada uma revisão narrativa da literatura a fim de mapear e discutir o estado da arte de determinado assunto. O modelo médico convencional desempenha um caráter hegemônico, suprimindo quaisquer outros modos de pensar e fazer saúde, senão o biomédico, firma-se uma relação de poder de um regime disciplinar que projeta uma sociedade passiva, incapaz e ilegítima de atuar e saber de seus próprios processos de saúde e doença. Estabelece-se um campo de disputa pelo exercício do cuidado, e emerge em paradigmas alternativos uma proposta urgente de incorporar e articular dimensões subjetivas e socioculturais em saúde, articulando distintas dimensões na percepção de experiências singulares e não universais.