MEDICALIZAÇÃO DA VIDA E SAÚDE NO TERRITÓRIO ESCOLAR: UM RETRATO PÓS COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e3.a2025.id2139Keywords:
Medicalization, Adolescent, Covid-19 pandemicAbstract
Objetivou-se analisar o uso de psicofármacos tranquilizantes e/ou sedativos pós pandemia de covid-19 entre adolescentes escolares. Metodologia: estudo transversal, quantitativo e descritivo. A população alvo foi estudantes dos anos finais de escolas públicas. A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de questionário com perguntas relativas a uso de psicofármacos. Os dados foram analisados descritivamente por frequência e média. Resultados: foram coletadas 380 respostas, dessas 16% (n=63) relataram fazer uso de psicofármacos, sendo que 30,16% (n=19) faz uso diário. A idade média de primeiro uso foi 13 anos. A família foi indicada como principal fonte de acesso por 42,86% (n=27) dos participantes. Dos respondentes, 42,86% (n=27) relataram o aumento do uso na pandemia, e 34,92% (n=22) indicaram o aumento do uso por familiares nesse período. Destaca-se que um percentual considerável de participantes não responderam às questões sobre frequência, acesso e tipo de psicofármacos. Conclusões: observou-se um cenário de medicalização da vida na dimensão da adolescência, com reflexos diretos da pandemia da covid-19 na saúde mental dessa população. O uso de psicofármacos se inicia já na infância, sendo difundido no ambiente familiar e, por vezes, ansiado no território escolar. Ademais, são necessárias ações de promoção da autonomia em saúde para a população adolescente, uma vez que esses relatam não saber de sua rotina de cuidados em saúde. Como pistas para superarmos esse cenário, aponta-se a valorização do território escolar, com suas redes e possibilidades de trabalhos coletivos.