PANORAMA DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO EM INDÍGENAS BRASILEIRAS: ANÁLISE DO RASTREAMENTO E DA MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR DE 2013 A 2022
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e3.a2025.id2376Keywords:
Health of Indigenous Peoples, Uterine Cervical Neoplasms, Health Information Systems.Abstract
Mesmo com avanços nas políticas públicas de saúde para os povos indígenas, ainda registramos indicadores de saúde preocupantes nestas populações, dentre eles os relacionados ao câncer do colo do útero (CCU). Assim sendo, este estudo objetivou analisar o rastreamento, as internações e óbitos hospitalares por CCU de mulheres indígenas brasileiras no período de 2013 a 2022. Trata-se de um estudo ecológico, descritivo, retrospectivo. As unidades de análise foram os 26 estados do Brasil e o Distrito Federal e consideraram-se os registros de dados secundários públicos de mulheres indígenas no Sistema de Informação do Câncer, no Registro Hospitalares de Câncer e no Sistema de Informações Hospitalares, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Os resultados demonstraram que o maior número de exames foi realizado por indígenas de 25 a 35 anos. Na série histórica, os anos 2013 e 2020 registraram menor número de exames preventivos e o Mato Grosso do Sul foi responsável pela maior média de exames realizados. O maior número de internações foi em indígenas, de 30 a 49, e a maioria estava em estadio avançado da doença (estadio III). Os anos de 2013, 2015 e 2020 tiveram as maiores taxas de mortalidade hospitalar. Este estudo reforçou a necessidade de políticas públicas voltadas para o trabalho interdisciplinar e interinstitucional, tendo em vista as especificidades antropológicas, crenças e características culturais das mulheres indígenas. Para assim, elaborar uma linha de cuidado que poderá, a longo prazo, alterar o panorama impactante dos indicadores de prevenção, morbidade e mortalidade do CCU nesta população.