POTÊNCIAS-LIMITES NA REABILITAÇÃO DE PESSOAS COM SEQUELA PÓS-COVID-19 NO QUOTIDIANO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v11.e2.a2023.pp1968-1978Resumo
A Atenção Primária à Saúde desempenhou papel essencial na gestão do cuidado no combate da COVID-19 no Brasil, principalmente para a reabilitação das pessoas com sintomas persistentes da doença. Assim, objetivou-se compreender as potências e os limites na reabilitação de pessoas com sequela pós-COVID-19 no quotidiano dos profissionais da Atenção Primária à Saúde a partir de um estudo interpretativo de natureza qualitativa, fundamentado na Sociologia Compreensiva e do Quotidiano, envolvendo 11 profissionais da saúde. As fontes de evidências foram entrevistas individuais remotas, realizadas em março de 2022, guiadas por um roteiro semiestruturado, de onde emergiram três categorias e subcategorias: O quotidiano pandêmico na Atenção Primária à Saúde: saber-fazer, saber-dizer e saber-viver; Potências na reabilitação de pessoas com sequela pós-COVID-19 na Atenção Primária à Saúde: longitudinalidade: vínculo que reabilita; apoio multidisciplinar e da comunidade; instrumentos de trabalho que favorecem o engajamento profissional e a solidariedade orgânica e; Limites na reabilitação de pessoas com sequela pós-COVID-19 na Atenção Primária à Saúde: falta de um fluxo de atendimento; dificuldades estruturais, de recursos humanos e de suporte para a reabilitação na Atenção Primária à Saúde. O contexto pandêmico provocou mudanças expressivas no quotidiano da Atenção Primária à Saúde, permitindo aos profissionais desenvolver novas habilidades como a reabilitação de pessoas com sequela pós-COVID-19, evidenciando as potências já existentes como a longitudinalidade e a multidisciplinaridade. Já os limites expressam-se na gestão do trabalho, transitando entre a falta de estrutura física, déficits de aporte financeiro, gerando sobrecarga aos profissionais, assim como os fatores limitantes pela própria doença.