QUANDO IMAGENS DE OBJETOS ESCOLARES FABULAM UMA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e2.a2025.id2136Palavras-chave:
cinema, formação, psicologiaResumo
A formação de psicólogas/os e as práticas voltadas para o âmbito escolar têm como principal referência o modelo clínico-assistencial e individualizante, inspirado na lógica médica de diagnóstico e de tratamento. Como gaguejar a escolarização e a política de recognição que se instalam nesse processo de formação? Nossa aposta foi a de que ver e fazer cinema na sala de aula, como experiência estética, pode produzir um estado cognitivo especial, num encontro com a vida, acionando gestos atencionais de abertura. Nesse sentido, esta pesquisa analisou dois curta-metragens criados por estudantes de psicologia com o dispositivo “História dos objetos escolares”, cujo objetivo consistia em filmar a relação afetiva de uma pessoa com um objeto escolar. A produção de dados da pesquisa se inspirou na etnocartografia de tela como recurso teórico-metodológico. As histórias de um caderno sério e um relógio dourado conduziram nossos olhares para direções desconhecidas, embaralhando nossas práticas e fazendo brotar perguntas inquietantes e infantis. O que caderno sério pode nos dizer sobre uma formação universitária? Como um relógio dourado pode nos questionar sobre como conhecemos? Quando olhamos uma imagem somos convidados a sairmos dela e de nós mesmos, nos desnudando de nossos saberes para nos arriscar a pensar o impensável, quiçá uma psicologia-menina que habite a curiosidade e nutra o gosto pelas perguntas.