LEISHMANIOSES: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E PERSPECTIVAS DE TRATAMENTOS ALTERNATIVOS

Autores

  • Thially Braga Goncalves Universidade Federal do Piauí
  • Webertty Mayk Eufrásio de Figueiredo Centro Universitário Inta - UNINTA
  • Júlio Cesar de Castro e Silva Filho Universidade Federal do Piauí
  • Tarcisio Meirelle Aurélio França Júnior Universidade Federal do Piauí
  • Maria Jania Teixeira Universidade Federal do Ceará
  • Francisco Roberto de Azevedo Universidade Federal do Cariri

DOI:

https://doi.org/10.16891/2317-434X.v.10.e1.a2022.pp1273-1282

Resumo

As leishmanioses são antropozoonoses causadas por protozoários do gênero Leishmania, consideradas grande problema de saúde pública e representam um complexo de doenças com importante espectro clínico e grande diversidade epidemiológica. Este trabalho visa divulgar o conhecimento, por meio de uma revisão bibliográfica, sobre manifestações clínicas das leishmanioses, assim como epidemiologia e tratamento, incluindo o uso de plantas medicinais. Para isso foram utilizadas as bases de dados LILACS, MEDLINE, SCIELO e PUBMED, com os termos “leishmaniose” como descritor nuclear e “leishmaniose tegumentar”, “leishmaniose visceral” e “tratamento” como descritores complementares; nos idiomas inglês e português. As leishmanioses são diferenciadas em duas formas clínicas: visceral e tegumentar. Os pacientes podem apresentar febre prolongada, hepatoesplenomegalia, leucopenia, hipergamaglobulinemia, perda de peso e se não tratados, evoluem para um quadro de caquexia, entre outros sinais e sintomas. Essas patologias estão presentes, endemicamente, em 98 territórios, e causam cerca de 30.000 mortes por ano. Portanto, é de fundamental importância que essa doença seja tratada. No Brasil, até 2014, o protocolo de medicamentos de primeira escolha no tratamento das leishmanioses era o uso de antimoniais pentavalentes. Quando os antimoniais não são efetivos, outras medicações usadas incluem pentamidina e anfotericina B. Nesse contexto, as plantas medicinais também surgem como uma alternativa terapêutica para o tratamento dos diversos tipos de manifestação da leishmaniose. Destarte, fica nítida a necessidade de aprofundar-se os estudos sobre a leishmaniose e seu tratamento, uma doença endêmica do Brasil e que possui manifestações graves.

Biografia do Autor

Thially Braga Goncalves, Universidade Federal do Piauí

Professora Adjunta do curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí - campus Senador Helvídio Nunes de Barros; Área Agressão Defesa e Proteção.

Webertty Mayk Eufrásio de Figueiredo, Centro Universitário Inta - UNINTA

Docente de Imunologia, Patologia e Farmacologia no Curso de Medicina do Centro Universitário INTA.

Júlio Cesar de Castro e Silva Filho, Universidade Federal do Piauí

Discente do curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí - campus Senador Helvídio Nunes de Barros

Tarcisio Meirelle Aurélio França Júnior, Universidade Federal do Piauí

Discente do curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí - campus Senador Helvídio Nunes de Barros

Maria Jania Teixeira, Universidade Federal do Ceará

Professora Associada de Parasitologia da Faculdade de Medicina-Universidade Federal do Ceará, Departamento de Patologia e Medicina Legal.

Francisco Roberto de Azevedo, Universidade Federal do Cariri

Professor associado III de Entomologia Agrícola do Curso de Agronomia da Universidade Federal do Cariri, no Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade.

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Publicado

2022-02-07

Como Citar

Goncalves, T. B., de Figueiredo, W. M. E., e Silva Filho, J. C. de C., França Júnior, T. M. A., Teixeira, M. J., & de Azevedo, F. R. (2022). LEISHMANIOSES: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E PERSPECTIVAS DE TRATAMENTOS ALTERNATIVOS. Revista Interfaces: Saúde, Humanas E Tecnologia, 10(1), 1273–1282. https://doi.org/10.16891/2317-434X.v.10.e1.a2022.pp1273-1282

Edição

Seção

Artigos