MATERNAGEM NO CÁRCERE: DISTANCIAMENTO DOS FILHOS E REDE DE APOIO DE MÃES PRIVADAS DE LIBERDADE

Autores

  • Kalliny Mirella Gonçalves Barbosa Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Rillary Amaral Camelo Calheiros Universidade Federal do Vale do São Francisco
  • Emily Fernandes Pereira Universidade Federal do Vale do São Francisco
  • Thaysa Maria Vieira Justino Universidade Federal do Vale do São Francisco
  • Margaret Olinda de Souza Carvalho e Lira Universidade Federal do Vale do São Francisco
  • Michelle Christini Araújo Vieira Universidade Federal do Vale do São Francisco

DOI:

https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e5.a2025.id2233

Resumo

O significativo aumento do encarceramento feminino e os atravessamentos atrelados a esse fenômeno exigem uma maior discussão sobre as questões relacionadas a esse grupo social. Objetivou-se compreender a rede de apoio para o cuidado dos filhos das mulheres mães que estão em situação de cárcere e o enfrentamento da separação devido ao encarceramento. Trata-se de um estudo qualitativo, envolvendo dez mulheres em situação de cárcere que possuíam filhos menores de 15 anos com convivência intra ou extramuros. As falas foram transcritas e sistematizadas pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Evidenciou-se que as mães em situação de cárcere convivem com sentimentos que estão atrelados à dor da separação, à culpa e aos impactos que o cárcere provoca no cotidiano dos filhos. Nessa perspectiva, ao se ver impedido de cuidar dos filhos e diante das limitações para exercer a maternagem, o sujeito coletivo precisou transferir a responsabilidade do cuidado com os filhos para a sua rede de apoio, a qual está centrada nos familiares da criança. Assim, a maternagem e o cárcere se tensionam devido às próprias barreiras impostas pela ordem prisional, dificultando a interação com a rede de apoio social e afetivo, bem como a manutenção da díade mãe-filho.

Biografia do Autor

Kalliny Mirella Gonçalves Barbosa, Universidade Estadual de Feira de Santana

Doutoranda e Mestra em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), especialista em Gestão e Enfermagem do Trabalho (PROMINAS) e enfermeira pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), na qual atuou em projetos de extensão e de pesquisa com ênfase na Saúde da População em Situação de Cárcere, Exercício da maternidade no cárcere, Educação em Saúde no contexto carcerário (presídio e cadeia), Hanseníase, Tuberculose, Saúde Coletiva, Sistema Único de Saúde e Pesquisas de Abordagem Qualitativa. Atuou como bolsista do Projeto de Extensão intitulado "Saúde da mulher na prisão: uma proposta de promoção da saúde" durante dois anos (2018 e 2019) e atualmente é enfermeira voluntária e preceptora. Possui experiência com a prática docente a partir da atuação enquanto docente na Universidade Paulista (UNIP), no Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU) e na Univasf, a partir da qual foi possível desenvolver habilidades e competências para atuar como facilitadora no processo de aprendizagem. Tem experiência profissional na área de Vigilância em Saúde com Ênfase no Combate às Endemias e na Atenção Primária à Saúde, a partir da atuação como Agente de Endemias no município de Petrolina-PE. Membro do Grupo de Pesquisa/CNPQ-Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESCO) e do Núcleo de Pesquisa Integrada em Saúde Coletiva (NUPISC).

Rillary Amaral Camelo Calheiros, Universidade Federal do Vale do São Francisco

Graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal do São Francisco (UNIVASF). Bolsista PIBIC/CNPq com plano de trabalho intitulado "Ser pessoa em situação de cárcere: um estudo sobre vulnerabilidade e situação de saúde", voluntária do grupo de pesquisa do plano de trabalho intitulado "Perfil clínico-epidemiológico e percepções de pessoas em situação de cárcere residentes em uma Unidade Prisional Feminina" e membro do Grupo de Pesquisa/CNPq "Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESCO)". Voluntária do PIBEX/CNPq intitulado "Saúde da mulher na prisão: uma proposta de promoção da saúde" desde o ano de 2022.

Emily Fernandes Pereira, Universidade Federal do Vale do São Francisco

Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do São Francisco (UNIVASF). Bolsista PIBIC/CNPq com plano de trabalho intitulado "Perfil clínico-epidemiológico e percepções de pessoas em situação de cárcere residentes em uma Unidade Prisional Feminina", e voluntária do grupo de pesquisa do plano de trabalho "Ser pessoa em situação de cárcere: um estudo sobre vulnerabilidade e situação de saúde". Membro do Grupo de Pesquisa/CNPq Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (Nesco). Voluntária do PIBEX/UNIVASF intitulado "Saúde da mulher na Prisão: uma proposta de promoção da saúde" desde 2021.

Thaysa Maria Vieira Justino, Universidade Federal do Vale do São Francisco

Residente em Saúde da Família SESAB/Univasf (2023-2025). Especialização em Saúde Pública pelo Instituto Prominas (2023). Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do São Francisco - Univasf (2022). Durante a graduação atuou nos temas: saúde da mulher, atenção primária prisional, mulheres privadas de liberdade, sistema único de saúde, violência contra a mulher enfermagem e saúde pública. Foi Bolsista PIBIC/CNPq do projeto "Conflitos conjugais: estudo de repercussões no comportamento de mães e filhos e o suporte social disponível" (2018-2019). É membro do Grupo de Pesquisa/CNPq Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva - Nesco, como discente de graduação (2018-2022) e, atualmente, como membro do corpo técnico. Atuou como Enfermeira Assistencial da Equipe de Atenção Primária Prisional (eAPP) da Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes (2022) e atua como enfermeira voluntária e preceptora (membro técnico) nas ações de assistência e educação em saúde do projeto de extensão "Promoção de saúde da pessoa em situação de cárcere em unidades femininas".

Margaret Olinda de Souza Carvalho e Lira, Universidade Federal do Vale do São Francisco

Graduada em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Santa Emilia de Rodat( João Pessoa-PB) mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Espi#769;rito Santo e Doutora em enfermagem pela Universidade Federal da Bahia. Professora Associada I, aposentada da Universidade Federal do Vale do Sao Francisco em Petrolina-PE, professora colaboradora dos programas de Pós Graduacao em Ciencias da Saude e Biologicas e Psicologia, lider do Núcleo de Estudos em Saude Coletiva- NESCO/Univasf, desenvolvendo pesquisa e extensao relacionadas à vacinação e imunização, violência de genero, violência doméstica à mulher, criancas e adolescentes

Michelle Christini Araújo Vieira, Universidade Federal do Vale do São Francisco

Possui doutorado em Saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva - ISC da Universidade Federal da Bahia - UFBA, mestrado em psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), especialização em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual da Paraíba (2004), especialização em Saúde da Família pela Universidade Federal da Paraíba (2005) e graduação em Enfermagem pela Universidade Estadual da Paraíba (1998). Atualmente é professora de Saúde Coletiva na Universidade Federal do Vale do São Francisco. Possui pesquisas nas seguintes linhas: Hanseníase; AIDS; Tuberculose; Vulnerabilidade; Epidemiologia das doenças crônicas e negligenciadas; Violência; Pessoa em situação de cárcere. URL: http://www.researcherid.com/rid/H-4098-2018 Publons: https://publons.com/a/1457329

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Publicado

2025-04-16

Como Citar

Gonçalves Barbosa, K. M., Camelo Calheiros, R. A., Pereira, E. F., Vieira Justino, T. M., de Souza Carvalho e Lira, M. O., & Araújo Vieira, M. C. (2025). MATERNAGEM NO CÁRCERE: DISTANCIAMENTO DOS FILHOS E REDE DE APOIO DE MÃES PRIVADAS DE LIBERDADE. Revista Interfaces: Saúde, Humanas E Tecnologia, 13(1), 5093–5102. https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e5.a2025.id2233

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