O QUE (NÃO) É MEDITAR: REFLEXÕES SOBRE OS (DES)CAMINHOS DA MEDITAÇÃO NO OCIDENTE
REFLECTIONS ON THE PROBLEMS OF MEDITATION IN THE WEST
DOI:
https://doi.org/10.16891/2317-434X.v13.e3.a2025.id2410Palavras-chave:
Psicanálise Iniciática; Saúde mental; Espiritualidade.Resumo
A meditação tem se difundido no âmbito da saúde mental, nas últimas décadas. Originalmente, surgiu como uma práxis espiritual, no Oriente, a fim de libertar das ilusões dos sentidos e da mente, conduzindo o indivíduo a viver a Realidade. Posteriormente, foi difundida no Ocidente, onde tomou caminhos opostos, sendo vendida como recurso para ganhos fantásticos e conquistas instantâneas. Portanto, o objetivo deste trabalho é compreender o que é meditação e as principais confusões geradas em torno dela, no Ocidente. Metodologicamente, trata-se de uma A meditação tem se difundido no âmbito da saúde mental, nas últimas décadas. Originalmente, surgiu como uma práxis espiritual, no Oriente, a fim de libertar das ilusões dos sentidos e da mente, conduzindo o indivíduo a viver a Realidade. Posteriormente, foi difundida no Ocidente, onde tomou caminhos opostos, sendo vendida como recurso para ganhos fantásticos e conquistas instantâneas. Portanto, o objetivo deste trabalho é compreender o que é meditação e as principais confusões geradas em torno dela, no Ocidente. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo revisão bibliográfica, tendo como referencial teórico a Psicanálise Iniciática, a qual integra saberes do Ocidente e do Oriente. Os resultados demonstram que Lacan interessou-se pela cultura e espiritualidade oriental e foi influenciado pelo Taoísmo e pelo Zen Budismo, na produção de sua obra, notadamente ao formular os conceitos de Real, Simbólico e Imaginário. A Psicanálise Iniciática aprofunda o olhar sobre a meditação e, resgatando o seu sentido original, a adota em sua prática clínica, como condição de libertação da identificação com o Ego e suas compulsões, advindas geralmente de experiências traumáticas. Concluiu-se que compreender devidamente o que é meditação e o poder terapêutico que ela exerce no psiquismo pode contribuir significativamente com a prática de profissionais de saúde mental, sobretudo quando suas raízes filosóficas são respeitadas, no processo de transculturação para a prática no Ocidente.