POVOS INDÍGENAS EM RISCO: PREVALÊNCIA ÉTNICA E REGIONAL DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.16891/865Resumo
A leishmaniose tegumentar (LT) é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, que provoca lesões na pele e mucosas. Este artigo objetiva descrever o cenário epidemiológico e a evolução das ocorrências de Leishmaniose Tegumentar na população geral e em povos indígenas no ano de 2017, no Brasil. Trata-se de um estudo de caráter transversal e retrospectivo realizado no ano de 2020, que utilizou os dados de notificações de Leishmaniose Tegumentar do Sistema de Informações de Agravos e Notificações do ano de 2017 por mês de notificação. Os dados foram tabulados em planilhas do programa Microsoft Excel® e organizados em gráficos e tabelas, e posteriormente discutidos através da literatura encontrada em artigos disponíveis nas bases de dados Medline e Scopus selecionados por ano 2015-2020, usando como palavras-chaves ““Leishmaniose Tegumentar” OR “Indígenas” OR “Brasil” OR “Epidemiologia” OR “Saúde-doença” OR “Vigilância epidemiológica”. A prevalência das notificações foi referida segundo o gênero, estado de residência, região, mês de notificação e evolução dos casos. Durante este período, foram notificados 18.466 casos da patologia no Brasil, sendo 45,3% na região Norte, 24,5% no Nordeste, 11,2% no Sudeste, 1,4% no Sul e 14,3% no Centro-Oeste. Em grupos indígenas, 654 casos foram registrados no Brasil, sendo mais de 50% na região Norte, enquanto a região Sul não notificou ocorrências. Refere-se que o mês de janeiro destaca-se com 11% das ocorrências na população geral e o mês de novembro, também com 11%, entre os grupos indígenas. Na população geral, o estado do Pará lidera com 3.274 notificações, enquanto o Maranhão apresenta supremacia das ocorrências em índios, com 246 casos. Além disso, verifica-se que mais de 72% dos casos, na população geral, ocorreram em homens. Enquanto, em índios, são 66% dos casos no sexo masculino. O artigo constata a alta prevalência relativa de ocorrências da patologia entre indígenas no Brasil e a persistente deficiência no monitoramento da saúde dessas populações.
DOI: 10.16891/2317-434X.v9.e1.a2021.pp862-870